De: Hoje em Dia | Economia |
Shopping center deixou, definitivamente, de ser coisa de “cidade grande”. Antes esquecidos, municípios do interior do país entraram na rota das grandes incorporadoras. Diante da falta de terrenos amplos e baratos nos grandes centros e do crescimento no números de consumidores com o avanço da classe C, essas empresas não hesitaram em tomar o caminho da roça. Até 2014, somente em Minas Gerais, estão previstos pelo menos 13 novos shoppings no interior, num investimento total de quase R$ 2,4 bilhões.
Sinônimo de conforto para muitos mineiros que não precisarão mais viajar à capital para se esbaldarem em redes de fast food, cinemas 3D ou lojas de grife.
“Há 15 anos, 65% dos empreendimentos estavam nos grandes centros brasileiros. Só 35% ficavam em cidades menores. Hoje, essa proporção se inverteu. O interior já conta com 51% dos shoppings, contra 49% nas capitais”, diz o diretor de relações Institucionais da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Luís Idelfonso da Silva.
O alvo principal desses templos de consumo são cidades com mais de 200 mil habitantes. “Além dos empreendedores, que perceberam o potencial do negócio, os prefeitos desses municípios se deram conta de que esses projetos alavancam a arrecadação de impostos e aumentam a empregabilidade”, comenta Silva. A previsão da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) é que Minas chegue nos próximos dois anos com 30 shoppings no interior, sete a mais do que o total de centros de compras em Belo Horizonte. Com tantos canteiros de obras, a estimativa é que até o final do ano pelos menos 64 mil pessoas estejam empregadas no setor em todo o Estado. Para 2013, o número pode passar de 70 mil.
Há projetos para todos os lados, gostos e bolsos. A novata 5R escolheu o Triângulo.
“Uberaba é a cidade que tem o maior PIB per capita da região. A renda média domiciliar é de R$ 4.742 mensais e o potencial de consumo da região é de R$ 148,5 milhões por mês”, enumera o diretor de Operações e sócio da 5R, Cesar Garbin. O outro empreendimento do grupo será o Praça Uberlândia, que deve abrir as portas no final de 2013.
O Grupo Falgo Empreendimentos tem projetos em Betim, Montes Claros, Santa Luzia e Ribeirão das Neves. Já as apostas da Tenco são Varginha, Pouso Alegre e Betim.
Em Betim, a Tenco investe R$ 270 milhões para erguer o Metropolitan Garden, que terá cerca de 300 lojas. O polo industrial vizinho da capital também foi eleito pela Prosperitas, gestora de private equity imobiliário, que ainda coloca de pé seu SerraSul, em Pouso Alegre. “Crise não passa nem perto de shopping”, afirma Garbin, da 5 R.